22.7.08

Assembléia dos Professores Estaduais - 04/07/2008

Essa foto eu tirei na última Assembléia Geral dos Professores Estaduais de São Paulo na praça da República em frente a Secretaria Estadual de Ensino. Faltando apenas uma semana para o recesso do meio do ano, a greve já havia perdido força, ainda restando mobilização apenas na grande São Paulo. Lógicamente lá os professores sentem mais na pele o drama de sobreviver com um salário desses numa cidade onde tudo é longe e caro. Aqui em Piracicaba a adesão foi baixa desde os primeiros dias da greve, 4 semanas antes dessa última assembléia, sobrando alguns bravos professores que se dedicaram a causa. Uma parte luta, outra têm medo e outros ainda são indifirentes. Esses e "essas" principalmente, que não estão nem aí, conheço bem, pois como são "bem" casados o salário é para ajudar um pouco com despesas menores.

A manifestação iria seguir o rito das outras 3 anteriores, pois era para se concentrar no vão do Masp e depois seguir até a praça da República em passeata. Só que a pressão da imprensa paulista (em especial a Folha) e alguns comerciantes da região conseguiram que a prefeitura de São Paulo pedisse na justiça a proibição da passeata e foram prontamente atendidos. Com a justificativa de que a passeata prejudica o trânsito, a justiça ameaçou multar pesadamente o sindicato (Apeoesp) e qualquer grupo que tentasse fazer a passeata poderiam ser presos. Quando a van chegou em São Paulo passamos na avenida paulista e havia alguns manifestantes seguindo a pé nas calçadas até a praça da república com o acompanhamento de centenas de policiais como se fossem marginais. Será que vivemos em uma democracia mesmo?
Nessas fotos dá para perceber como a secretária recebeu os professores. Colocando policiais na entrada da secretaria não recebeu nenhum representante dos sindicatos da categoria. Quem estava lá viu como era ameaçador os "tipos" de pessoas que estavam na assembléia. Esses "tipos" ameaçadores eram na maioria mulheres de meia-idade que estavam lá na frente ouvindo os discursos altíssimos do caminhão de som que estava na praça. Então não sei o porque da grande presença de policiais no local, pois parecia que éramos membros de torcidas organizadas para oferecer tanto "perigo" assim!
Por fim, a Apeoesp resolveu suspender a greve com a concordância de boa parte dos que estavam lá exaustos. A decisão deixou enfurecida o pessoal da oposição, sendo que a maioria estava na van que eu fui. Houve bate-boca no final com muitos gritando "pelegos" para a atual direção da Apeoesp e os cercando na saída do caminhão de som. Ali ficou exposto a divisão que a Apeoesp passa e as denúncias que o pessoal da oposição faz a esses é válida, pois ali criou-se uma elite sindicalista que parece não estar preocupada em negociar firmemente com o governo.




Share/Bookmark

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Beto
Eu também estava por lá, a impressão que eu tive é de que havia um golpe miltar em andamento, o que havia de policiais, na Praça Trianon havia também Tropa de Choque e a Cavalaria. Eu sei que a Educação é perigosa,isso ficou comprovado.
Saudações
Avelino/Sorocaba