6.6.10

Em Israel, o assassinato de ativistas é motivo de piada

Após o ataque terrorista do governo fascista-sionista de Israel contra a flotilha de ativistas, a guerra de informações e contra-informações começou. A começar pelo número de ativistas assassinados, pois Israel diz que foram 9 e os ativistas dizem que foi pelo menos o dobro disso. O governo israelense tentou manipular a opinião pública mundial divulgando imagens de alguns ativistas recebendo os soldados israelenses com bastões de ferro e até facas. Ora, como esperavam que fossem recebidos soldados fortemente armados que estavam invadindo os barcos, sendo que estes estavam ainda em águas internacionais? Com abraços e flores? Na verdade a atitude dos ativistas foi de reação, mas não se compara bastões e algumas facas com metralhadoras de última geração. Não se pode, com base nisso, dizer que a flotilha estava “armada” e assassinar dezenas de pessoas e ainda tacha-los de terroristas.
Pois bem, o episódio trágico rendeu críticas inéditas da imprensa israelense, a qual geralmente apóia o governo nas ações militares. Mas nem toda mídia israelense aderiu a isso lógicamente, mas alguns extrapolaram e satirizaram o episódio. É o caso do site de humor israelense Latma TV, o mesmo que fez outro vídeo tirando sarro do presidente Lula sobre o acordo nuclear com o Irã. O vídeo pode ser visto abaixo e mostra para aqueles que acharam que o Lula “pagou mico” em Israel, a verdadeira face truculenta, autoritária e desrespeitosa dos tais “humoristas”.



O video ainda foi despachado pelo próprio gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para uma lista de jornalistas. Mais tarde, foi revelado pelo jornal norte-americano The New York Times que o site é comandado por Caroline Glick. Ela já foi consultora do premiê Netanyahu e serviu por 5 anos nas forças de defesa de Israel, ou seja, é um site para reverberar e apoiar estritamente todas as ações do governo israelense através de um humor preconceituoso e racista. É quase que um humor oficial, pois no vídeo eles mostram as tais imagens que o governo israelense tentou justificar o injustificável.
Vale lembrar que dentre os ativistas pelo fim do bloqueio a Gaza há personalidades como a ganhadora do prêmio Nobel da Paz , Mairead Maguire e a ativista judia, Hedy Epstein. A primeira estava no navio irlandês chamado Rachel Corrie, que não pôde acompanhar a flotilha atacada por problemas mecânicos. O nome desse navio é em homenagem a norte-americana Rachel Corrie, de 23 anos, que foi morta em 2003 em Gaza ao tentar impedir uma escavadeira israelense de destruir a casa de uma palestina.
Já a ativista judia, tem 85 anos e fugiu da Alemanha Nazista, mas seus pais morreram em Auschwitz. Ela é a favor da causa palestina e pretende embarcar em outro barco para tentar chegar a Gaza. A entrevista dela à BBC Brasil pode ser conferida aqui.
Desde o começo da implantação do estado de Israel, o sionismo foi bom para os judeus, mas péssimo para os palestinos. Milhares de palestinos foram expulsos, perseguidos e assassinados pelas forças sionistas, o que ajudou a intensificar o ódio dos palestinos contra Israel. Uma análise mais profunda sobre essa questão, sugiro o texto do meu amigo, professor de relações internacionais da Facamp, Thomas de Toledo, que pode ser lido aqui.
Enfim, o mundo todo sabe que o bloqueio imposto à Gaza por Israel é criminoso e não visa enfraquecer o Hamas, mas sim punir coletivamente 1,5 milhão de palestinos confinados naquele território. Isso fortalece mais ainda o Hamas, pois a população de Gaza vai apoiar aqueles que de uma forma ou de outra oferece mais resistência as investidas violentas israelenses. O mundo precisa ver que esse bloqueio é a implantação de vez de um apartheid palestino. Sobre isso, reproduzo abaixo o texto do jornalista Renato Rovai sobre as semelhanças entre a situação de Gaza e o apartheid sul-africano.
“Palestinos de hoje são os negros sul-africanos de ontem

Ao assitir agora há pouco na Globonews o primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu visitando militares supostamente feridos no ataque que realizaram à flotilha humanitária, recordei-me de Peter Botha, um dos maiores assassinos do regime do apartheid.
E passei a ter mais certeza de que a ação de Israel contra a flotilha de ação humanitária em águas internacionais não está recebendo reação proporcional ao tamanho do crime cometido. Principalmente pelo governo dos EUA e pelos principais governos da comunidade européia.
Não é hora de pedir investigação. É o momento de impor duras sanções a Israel pelos crimes de lesa humanidade que tem praticado.
O que Israel tem feito contra palestinos muito se assemelha ao apartheid na África do Sul. No país sede da Copa também havia controle de entrada e saída de negros nos territórios ocupados por brancos. Da mesma forma que acontece hoje na Faixa de Gaza e nos territórios palestinos. Onde milhares de pessoas ficam confinadas e não podem sair mesmo necessitando de socorro médico. O que motivou a flotilha de ação humanitária.
O governo de Israel, aliás, utiliza método muito semelhante ao dos racistas do apartheid também em relação à divisão do território. Israel permite aos palestinos viver em algo como os bantustões. Na África do Sul os bantustões não tinham relação um com outro, eram ilhotas. Como também o são os territórios palestinos.

É importante registrar que para que o apartheid terminasse foi importantíssima a condenação de toda a comunidade internacional ao regime racista. Mais do que isso, foi fundamental que essa condenação resultasse em um bloqueio comercial em que até investidores foram constrangidos a não aportar recursos em empresas da África do Sul ou em companhias que fizessem negócios com aquele governo.
Também não é demais lembrar que até a restrição a participação de equipes esportivas da África do Sul em competições internacionais contribuiu para o fim do apartheid.
No momento em que todos os olhares do mundo se dirigem à África do Sul por conta da Copa do Mundo é o momento de lembrar que os palestinos de hoje são os negros que viveram de 1948 a 1994 no país de Mandela.
E que as medidas contra o goveno Israel precisam ser da dimensão das que foram contra Peter Botha e outros gangsters do apartheid.”


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Um comentário:

Gleison disse...

Companheiro Beto, veja notícias sobre a greve dos servidores do Poder Judiciário em http://servtjsp.blogspot.com
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Abraços
Gleison