21.2.11

Animais confinados e amarrados são maus-tratos

Há um tema que eu geralmente não trato muito aqui no blog, mas que me incomoda muito que é a questão dos maus-tratos à animais. Não sou vegetariano, mas defendo fiscalização e a obrigação de todos, sem exceção, que comercializam carnes a seguir procedimentos que sempre visem causar o menor dano e sofrimento aos animais abatidos. Assim como deveria ser proibido alguns outros tipos de carnes, que envolvem uma crueldade sem tamanho, como, por exemplo, a carne de vitela ou também chamado de “baby-beef”. Nesse tipo de criação, o animal fica totalmente preso, para não se movimentar e é abatido ainda bezerro.
Mas não é sobre essa questão específica que vou tratar aqui. A questão dos maus-tratos envolve muitas formas que culminam na causa de sofrimento aos animais. Aqui vou tratar de uma em particular, que muitos acham comum ou normal e ainda muita gente o faz e ultimamente é o que me causa mais revolta. É o costume de deixar animais confinados e/ou amarrados, com raras exceções. O abandono de animais que ficam vagando, principalmente nas cidades, é um problema sério e geralmente comove a maioria das pessoas que se importam um pouco com o bem-estar animal. Mas muita gente não presta atenção de que muitos animais que tem um “lar”, dependendo das condições, vivem pior do que os abandonados.
O que me instigou em escrever sobre isso, foi uma notícia que vi no portal da Globo onde diz que uma mulher foi atacada por um cão da raça pit-bull. A reportagem pode ser lida na íntegra aqui.
Lendo a reportagem, descobre-se que a mulher criava o cão dentro de casa há 4 anos e daí vem o detalhe mais importante: ele ficava preso na coleira nos fundos da casa. Pelos relatos da própria dona, ela nunca soltava o cão e o mesmo ficava sempre na coleira. Ora, o que dá pra entender do caso é que durante esses 4 anos, o cachorro fica preso nos fundos encoleirado e ela não sabe o porque de ele ter atacado quando ela estava saindo de casa? A vontade do cão em sair e se soltar foi tão grande que ele conseguiu, tentou sair dali e quando ela quis impedi-lo ele a mordeu. Como se trata de um pit-bull, que já é um cão extremamente forte, o susto é maior e é por isso que conseguiu se soltar. Será que a “dona” não percebeu essa relação entre o aprisionamento contínuo do cão e o fato de ele ter mordido-a para tentar sair? As pessoas que desejam ter cães, em geral, tem que saber que os mesmos precisam de espaço, sair para passear e logicamente comida e água. Quando se trata de cães de grande porte e ainda de raça, o cuidado tem que ser bem maior e na questão do espaço e sair , com os devidos cuidados, é ainda mais essencial. Cachorros desse tipo que ficam confinados e/ou amarrados tendem a ser mais agressivos e não adianta depois culpar somente o animal, pois o dono colaborou enormemente para potencializar esse lado. Infelizmente muitas raças de cães de grande porte como, por exemplo, o pit-bull e o rotwailler, se popularizaram e acabam sendo vítimas de pessoas inescrupulosas que pensam, por serem raças tidas como “violentas”, os tratam das piores formas possíveis como fazia a mulher da reportagem. Ainda há casos em que muitas pessoas que não tem condições financeiras de manter esses animais, pois comem muito, acabam também os maltratando, como vira e mexe, aparece por ai pit-bulls sendo resgatados quase mortos.
Portanto, no caso da reportagem, o fato de o pit-bull ficar amarrado, preso no fundo da casa foi o fator predominante para o mesmo atacar a “dona”. Esse caso eu peguei para ilustrar essa prática odiosa e violenta contra os animais, que é deixa-los amarrados.
Eu presencio muitos casos desse tipo e como agora aqui em Piracicaba há uma lei que pune os maus-tratos à animais, a denúncia é essencial para combater essas práticas. Um exemplo pessoal, foi quando eu tomei coragem e denunciei um cara que deixava um pequeno cão da raça shih-tzu amarrado em uma coleira de pouco mais de 1 metro no canto da garagem atrás do seu carro. O pobre do cão ficava ali praticamente o dia inteiro e o só o soltava, muito raramente, quando deixava-o em uma garagem jogado na frente da casa. Esse é só um caso que presenciei e assim como o da reportagem que citei, não importa se o cão é alimentado e tem água, pois deixá-los amarrados e/ou confinados é um típico caso de maus-tratos.
Esse texto foi mais um desabafo sobre apenas um dos muitos casos de violência contra animais, pois há tantos outras práticas que são tão ou mais cruéis que estas. Não se deve ter medo de denunciar e o anonimato é sempre garantido nessas denúncias.

Obs 1: Aqui em Piracicaba as denúncias contra maus-tratos à animais podem ser feitas pelo telefone da prefeitura: 156 ou também on-line. Também há a ONG Vira-Lata Vira-Vida que faz um excelente trabalho nesse sentido.
Obs 2: A foto acima é de uma cachorra que estava abandonada em um terreno baldio perto de casa. Cuidei dela alguns dias e consegui que fosse adotada.

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